É conveniente pensar muito bem em cada palavra proferida ou mesmo antes de dizê-las ou de escrevê-las, pois tal qual num vestibular, em que cada mísera expressão tem um significado ferrenhamente único e estagnado, no teatrinho do cotidiano, se algo for mal entendido, isso pode doer.
Foi-se o tempo em que uma ofensa era respondida à altura, com um simples bater de língua nos dentes - ou, mesmo em vias de fato, "falanges nos dentes". Agora, o negócio é chumbo a estourar a pele e tecidos; é faca a rasgar o bucho. Se o ofendido for um presidente ou algum outro dessa estirpe tão nobre dos que limpam as partes com pecúnia pública, a desforra pode ser um clarão sobre cabeças alheias ao que algum festim verborrágico possa ter gerado a alguém, desconforto. (Ah! Como é bom o cheiro de Napalm pela manhã!)
Empregar os verbos, adjetivos, substantivos. Todo e qualquer uso de qualquer objeto da língua será analisado meticulosamente pelo crivo nefasto de outros e não será passível ou admissível a interpretação puramente subjetiva! Sem essa de compor uma idéia, tentar expôr um tema: as palavras são o que são.
As vezes, é passível perguntar-se se esta dádiva dos vocábulos tão bem articulados foi dada ao animal certo: o cão late, o gato mia, a vaca muge. Nós, fal(h)amos.