Além daqueles momentos em que nos miramos no espelho e reconhecemos, resignadamente, a nossa ignorância, existem diversas outras oportunidade em que a consciência da nossa insignificância se faz presente. Uma dessas oportunidades é quando descobrimos a nota que o professor nos deu na prova...
Não é um reconhecimento por simples mérito - "só porque ele é o professor, ele acha que pode me dar a nota que quiser". Pense que o chapéu de burro, o qual o professor nos veste, é fabricado a partir de um método baseado em anos de experiências de vida acadêmica. Algo que, para a docência, é apenas o próximo passo: mestrado lá, doutorado acolá, incutir a desgraça na vida do graduando aqui. Pode parecer uma avaliação arbitrária, é verdade; mas nunca meritocrática: ela é autoritária. E que não se interprete isso como algo pejorativo: o professor (pelo menos o verdadeiro professor) tem, além da formação e da supracitada experiência, a vocação, a necessidade de passar o conhecimento adiante. Isto é nobre, em seu cerne mais desnudo e, além disso, há algo que seja mais verdadeiro?
Por esses motivos, quando, por meio décimo, o professor lhe fizer repetir todo um semestre, agradeça de maneira sincera. E, de preferência, gaste o fio da facão cortando vazios ao invés de gargantas, seu maragato...