Levei um susto quando li a reportagem que informava sobre a morte do Michael Jackson. Não porque eu fosse um fã ou coisa parecida, mas porque a foto dele estava vinculada à matéria. Credo... Na boa, já vai tarde!
E antes que atirem pedras em mim, convenhamos: foi acusado de pedofilia, nunca tendo sido condenado - como Maluf nunca o foi por crimes contra a coisa pública, por exemplo -, talvez por ser... Michael Jackson! Ah... E isso por duas vezes (não que ele tenha molestado "somente" duas crianças.) Era, para todos os efeitos, um péssimo pai. Era racista - ou alguém acredita piamente na história do vitiligo? E por último: depois de ter automutilado sua cara tornou-se
super-ultra-fucking-freaking-creep! Vade retro Satanas!
Sem dúvida, foi um grande artista. Homem(?) do showbusiness; grande dançarino, cantor e dublê do Gasparzinho (e poderia o ser da "Narizinho", talvez.) Agora, francamente: não fosse Michael Jackson, todo mundo estaria dando graças a Deus, um monstro a menos neste já louco mundo-louco.
Descance em paz,
bichinha branca!
Tenho lembranças, algumas, de quando, por volta dos seis ou sete anos, minha mãe abria um livro e contava histórias. Aquela coisa de filme americano: histórias de ninar. Lembro-me, mesmo que vagamente, de uma coleção chamada "Tesouros Disney". Bastante sugestivo o título da coleção, as histórias ali contidas tinham personagens da Disney em histórias curtas ou em alguns clássicos da literatura infantil, como em "A cigarra e a formiga", por exemplo. Além dessas, existiam também histórias de caráter educacional, normalmente com temas voltados para as ciências, esportes, história, etc...
Bem, embora essas lembranças sejam relativamente vagas, tenho a certeza da agradável sensação de ouvir uma história. Se hoje, ao ler um livro, consigo transformar aquelas transcrições gráficas em uma narrativa epopéica
(acho que agora é sem acento... foda-se!) dentro da minha cabeça, muito disso deve-se àquelas "historinhas de ninar". Se pararmos pra pensar, no final das contas tudo se trata disso: histórias e a arte de contá-las.
Portanto, final de semana retrasado, mais precisamente no sábado por volta do meio dia, voltava eu de uma aula e, no trajeto de volta a casa, dentro do ônibus, tive uma ideia simples mas bem interessante. Nesse dia em questão, havia combinado com a minha irmã que iria almoçar com ela e meu pai, já que tinha algum tempo desde a última vez que os visitara. Fui maturando aquele vislumbre e pensei em compartilha-lo com a minha irmã assim que chegasse a sua casa para verificar a sua reação (e a validade prática daquela empreitada, já que a minha irmã não tem papas-na-língua e, sem dúvida, diria que aquilo seria uma bosta, se assim ela entendesse.)
A proposta é a seguinte: uma entrevista, com qualquer pessoa em um lugar público qualquer - em tempos: um bar, um parque, uma praça, ou mesmo no trabalho (o que já não seria, necessariamente, um local público). Mas não é simplesmente uma entrevista: trata-se de trocar qualquer coisa por uma história, seja ela verídica ou fictícia. A moeda de troca seria determinada pela pessoa a ser entrevistada ou determinada pelo entrevistador: por exemplo, uma cerveja, uma barra de cereais, uma caneta, um pingente... O que estivesse a mão e fosse considerado uma boa recompensa. A história, por sua vez, deveria ter começo, meio e fim, caracterizando uma narrativa. Enquanto a narrativa estivesse em andamento, ela seria gravada (com aqueles aparelhos genéricos de mp3, poderia ser), e depois convertida em texto. Essa parte, bem nos moldes de uma entrevista, mesmo... A pessoa que contou a história em questão, pode ou não autorizar a divulgação de nome e perfil - para incrementar a publicação do texto e dar um certo "background". Feito isso, se a pessoa achar interessante, pode entrevistar alguém e dar seguimento ao projeto de espargir histórias diversas, de indivíduos diversos. Na pior das hipóteses, é uma ótima maneira de conhecer novas pessoas.
A ideia é simples, realmente. Na verdade, penso em experimentá-la com um amigo meu, bom contador de histórias e possuidor de opinião forte e sincera, de modo que não há escrutínio mais abalizado que o dele sobre o projeto todo. Agora, resta saber se conseguirei pô-lo em prática.
O lugar para a divulgação das histórias seria um blog; não este, mas um ainda a ser criado e que só não o foi até agora, porque não achei nenhum título conveniente ao contexto - embora
aquela música do Raul Seixas faça algum sentido...
Veremos o que vai acontecer - e se vai acontecer!