Hoje de manhã, eu quase saí para procurar emprego. Digo quase porque acabei não acordando - e isso é praticamente um bom motivo, já que eu não posso ir numa entrevista enquanto estou dormindo ou, pior ainda, vestindo pijamas!
É uma ótima época para um desempregado voltar a figurar entre os contribuintes da previdência, já que praticamente todos os porto alegrenses estão curtindo o litoral. Daí que eu estou matutando se é realmente isso o que eu quero: voltar a trabalhar. Porque trabalho há; o que não há é emprego - no sentido "romântico" da palavra. E eu não quero lidar com uma labutação que deverá perdurar menos de um semestre, que se tornará uma decepção, visto que conseguirei algum cargo de vendedor ou operador de
tele-marketing.
Venho falando para mim mesmo, constantemente: "Trabalhar como vendedor será uma boa experiência" - e talvez, além de boa, breve...
Não gosto do comércio. Não gosto de telefone. Não gosto de trabalhar com o que não gosto. Eu gostaria muito de estar estudando, mas de qualquer forma até para estudar eu tenho que saber no que eu vou querer trabalhar. Afinal, eu tenho que investir o capital que eu não tenho em algo que me traga algum retorno. Financeiro, diga-se de passagem...
Entretanto eu sou jovem e tenho o mundo aos meus pés. Claro, eu tenho que engolir alguns sapos, tenho que aprender a lidar com o valor das coisas, tenho que ser mais responsável e assim por diante. Nesse ínterim, então, eu devo compactuar com o mundo e admitir: "Sim, tenho que pegar qualquer emprego de merda, mesmo que esse me murche, mesmo que eu receba um salário indigno e que eu me frustre com o cotidiano em que vou me meter. Porque é assim que se adquire experiência!"
Eu gostaria de assentar alguns outros pontos da minha vida antes de voltar a trabalhar. Mas nada nunca ocorre conforme o planejado, então, canto como os Titãs: "Vamos ao trabalho! E só há uma maneira de fazê-lo: direito, bem feito, senão é melhor nem começar" - e parafraseio o Seu Madruga: "Não existe trabalho ruim. O ruim é ter que trabalhar!"