Não é lançamento, mas só fui ver agora há pouco. Gostei muito de
Crash - No Limite. É um daqueles filmes que fazem a gente pensar a respeito do absurdo cotidiano em que vivemos. A temática do filme é preconceito - racial principalmente, mas também sexual, étnico e social - apesar de não se ater a isso somente.
O filme não exibe um protagonista, mas vários antagonistas que têm suas vidas entrelaçadas por algum incidente. A narrativa não linear, propõe pontos de vistas aleatórios que acabam por incidir em histórias comuns a todos nós. Quem não se identifica com algum dos personagens do filme? Temos negros, brancos, latinos, orientais, homens, mulheres, ricos, pobres... Talvez tenham esquecido dos homossexuais, mas as características exaltadas não são, tão pouco, superficiais a ponto de nos atermos simplesmente a sexualidade, "status" social e cor de pele... Isso é que torna o filme tão mais intenso!
Vive-se no limite, porque temos que engolir sapos e fechar os olhos ante a problemas que batem de punho cerrado em nossa cara. Vive-se no limite porque sabemos que, ou nos sujeitamos, ou morreremos de fome (quando nossa alma está morrendo de remorso por não podermos fazer nada a respeito).
Crash mostra a decadência de uma sociedade civilizada e isso na mais brasileira das cidades americanas: Los Angeles! É um caldeirão de gente, uma mistura de culturas, - e principalmente um confronto destas - uma violência exacerbada e contraste social tão grande. Acho que é por isso que a idéia dos paralelo que podemos traçar com os personagens do filme fica tão evidente - pelo menos a mim, não é necessário sequer fazer esforço para enxergar um retrato do Brasil ali.
Por último, é um ótimo filme: boa direção (Paul Haggis, que havia trabalhado com Clint Eastwood em "Menina de Ouro", mas não como diretor) e ótimo elenco (Sandra Bullock, Brendan Fraser, Matt Dillon, entre outros) com um roteiro muito bem escrito. Vale a pena!